A aplicação da vacina contra a dengue começou no dia 13 de maio deste ano com o recebimento de 42.380 doses para aplicação em Fortaleza, Aquiraz, Eusébio e Itaitinga. Com o envio de um novo lote com 11.349 imunizantes, o Estado começou uma nova etapa de vacinação abrangendo as cidades da Região do Cariri, Centro-Sul e Sertão Central, por exemplo.
Como a vacina contra a dengue é uma novidade na imunização, ainda não há capacidade de fabricação para aplicação em todos os públicos.
Por isso, neste momento, são priorizadas as regiões mais afetadas pela doença. No Ceará e em outros estados menos atingidos, as crianças e adolescentes recebem primeiro devido ao risco da dengue de causar hospitalizações e mortes na faixa etária.
O cálculo do repasse das vacinas contra a dengue considera o objetivo de vacinar 25% da população-alvo de cada cidade que faz parte da campanha, como explica Ana Karine Borges, coordenadora de imunizações da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).
“Considerando que é uma vacina nova e que a gente precisa ter esse olhar para a imunização segura, os municípios definiram unidades de referência para ter maior controle para que, qualquer evento adverso, possa ser acompanhado”, detalha. Apesar disso, nenhuma reação negativa foi registrada pela Sesa.
1ª etapa: início da vacinação 13/05/2024
2ª etapa: início da vacinação 01/07/2024
A coordenadora contextualiza que os 4 municípios que iniciaram primeiro a aplicação da vacina já analisam a descentralização das unidades de saúde mobilizadas para esse tipo de imunização.
Além disso, existem estratégias para evitar que as crianças e adolescentes deixem de completar o esquema vacinal que é formado por 2 doses, com intervalo de 3 meses. Ao todo, o Ceará recebeu 53.729 doses apenas para a primeira aplicação.
O infectologista pediátrico Robério Leite alerta que os pré-adolescentes e adolescentes são mais hospitalizados por dengue e, numa segunda infecção, têm maior risco de complicações pela doença. Por isso, o público é priorizado neste início da campanha.
“Quando há um quadro epidêmico, pode-se ultrapassar a capacidade do sistema absorver (os pacientes) e a vacina entra no contexto de evitar as mortes pela doença”, frisa o especialista.
Conforme a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a eficácia do imunizante contra a dengue está em torno de 80% de proteção geral contra a doença. Robério, avalia que a possibilidade de vacinação protege o público contra novos picos de transmissão da doença.
“Como nesse ano a gente ‘fugiu’ do que aconteceu no Sul e Sudeste, talvez não tenha chegado a percepção do risco aqui”, pontua.
O Ceará teve 7.701 casos confirmados de dengue e 3 mortes pela doença até o momento, conforme os registros da Secretaria da Saúde do Ceará, atualizados nesta quinta-feira (4). Também foram notificados 17 casos graves, quando os sintomas atingem um nível mais crítico e o paciente pode morrer pela doença.
A dengue é a arbovirose com a maior proporção de casos confirmados (20,25%), na frente da chikungunya (7,66%) e zika (0,17%). No Estado, Brejo Santo (2.273), na Região do Cariri, e Fortaleza (1.469) concentram os casos confirmados até o momento.
A dengue é uma doença classificada como arbovirose, causada por um vírus transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti. O inseto está dentro e ao redor de moradias, escolas e igrejas, por exemplo, conforme o Ministério da Saúde.
Um dos primeiros sintomas da doença é a febre alta, de início repentino, que geralmente dura de 2 a 7 dias, com dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações. O paciente também apresenta fraqueza, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas na pele.
O diagnóstico clínico pode ser feito por exames laboratoriais para identificação do vírus até o 5° dia de início da doença e pela pesquisa de anticorpos a partir do 6° dia de início da doença.
O tratamento tem foco na reposição de líquidos e repouso dos pacientes. O Ministério da Saúde frisa a orientação para não se automedicar e para procurar imediatamente o serviço de urgência em caso de sangramentos ou surgimento de pelo menos um sinal de alarme.
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