A aproximação do fim do mandado do atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), já motiva mobilizações das bancadas partidárias em torno de um nome que suceda o parlamentar na condução da Casa Legislativa. Quem ganhar, ficará no posto pelo próximo biênio (2025–2026). Até agora, três deputados federais seguem na disputa: Antônio Brito (PSD-BA), Elmar Nascimento (União-BA) e Hugo Motta (REP-PB).
Elmar, no entanto, já deu indicativos de que deve deixar o pleito. A movimentação deve promover um recálculo de rota dos partidos que já haviam demonstrado apoio e dos parlamentares envolvidos no processo. De acordo com interlocutores, uma reunião da bancada do União Brasil, a ser realizada nesta terça-feira (4), deve bater o martelo e ditar os próximos passos.
Enquanto isso, a bancada do Ceará, composta por 22 parlamentares, se divide entre os postulantes já colocados. Para mostrar o placar preliminar de votos que cada um dos candidatos tem entre os cearenses, o Diário do Nordeste consultou cada um dos representantes do Estado a fim de saber quem devem apoiar na corrida pela presidência da Câmara.
A eleição só deve acontecer em fevereiro do próximo ano, com o retorno dos trabalhos legislativos, numa data ainda a ser confirmada. Para ser eleito, quem se candidatar precisa de maioria absoluta dos votos em primeira votação, 257 votos, ou ser o mais votado no segundo turno. Além da cadeira de presidente, estão em jogo outros seis cargos, que compõem a Mesa Diretora da Casa: 1º vice-presidente, 2º vice-presidente, 1º secretário, 2º secretário, 3º secretário e 4º secretário.
Presidente nacional interino do PDT, o deputado André Figueiredo salientou que sua sigla havia fechado apoio com o representante do União Brasil, porém, com a desistência, irão apoiar o candidato do Republicanos. “Nós do PDT tínhamos um compromisso com o Elmar, mas, com a saída dele da disputa, vamos trabalhar pelo Hugo Motta”, disse à reportagem.
Colega de partido de Elmar, Danilo Forte (União), quando questionado sobre seu voto, afirmou, de maneira breve, que ainda não havia definido seu voto para a presidência da Casa.
Dayany Bittencourt (União), por meio de sua assessoria de imprensa, indicou que o cenário está indefinido e que, portanto, aguardaria para determinar uma posição. “Estamos aguardando as definições para tomar a decisão mais acertada”, disse a parlamentar.
Eunício Oliveira (MDB), ao falar de quem será seu voto, evidenciou seu papel na campanha de um dos candidatos. “Nós somos da coordenação da campanha do Hugo Motta”, declarou.
Já Fernanda Pessoa (União) disse que aguarda uma posição oficial do correligionário, se manterá ou não a candidatura pelo cargo. “Está dependendo de reunião com partidos que estavam apoiando”, afirmou a deputada. “Se for manter, vou continuar com o líder”, completou, se referindo ao baiano.
José Airton (PT) foi outro cearense com posição já definida para o pleito. Ao Diário do Nordeste, apesar de brincar que “o voto é secreto”, ele disse que irá apoiar Motta. “Votarei em Hugo Motta”, resumiu o petista.
Luiz Gastão (PSD), por sua vez, declarou voto em outro representante, que é seu colega de legenda: “Voto no deputado Antônio Brito”.
A reportagem não conseguiu contatar o deputado Matheus Noronha (PL) de maneira direta. Por intermédio da equipe de gabinete, o membro do Partido Liberal informou que seu voto será em Hugo Motta.
Yury do Paredão (MDB) também revelou que irá confiar seu voto em Hugo Motta. Segundo ele, sua sinalização de apoio acompanha a do seu partido e se dá por uma relação também pessoal. “É um grande amigo que tenho no parlamento”, frisou o emedebista.
Os demais parlamentares também foram acionados, para que pudessem dar seus posicionamentos sobre a votação. Até a última atualização, apenas os citados haviam respondido os questionamentos enviados.